segunda-feira, 7 de abril de 2008

Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo de Alte


Assim se escreveu no jornal Ecos da Serra, na sua edição nº 72 ano 1985

No dia 22 de Outubro de 1985 realizou-se na Casa do Povo de Alte uma Assembleia Popular convocada pelo Professor Daniel Vieira, Dr. Sérgio e Augusto Pires. Foi muito concorrida e nela foi lançado o apelo a todos os presentes a fim de porem em comum as potencialidades inexploradas que existem em todos nós. Depois de animado diálogo manifestaram-se várias opções; cinema, corridas, escutismo, ginástica, canto coral, música, teatro, poesia, play-back, etc. Estava presente um Professor da Universidade de Faro que falou do interesse dessa Universidade em colaborar com as populações locais no sentido de criar um infantário onde as mães pudessem deixar os seus filhos enquanto fossem trabalhar por fora e também a criação de uma secção de vendas de trabalhos regionais aos turistas.
(…)
Assim nasceu o Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo de Alte que, desde logo se dedicou às suas tarefas tendo apresentado em público, nos dias 21 e 22 de Dezembro p.p. o seu primeiro espectáculo que bastante agradou. Nele se admiraram números de fantoches, poesia, danças regionais, ginástica rítmica, canto coral e Grupo da Torre.
Depois do espectáculo entrevistámos os principais responsáveis do Grupo para que nos respondessem a algumas perguntas que melhor esclarecessem os nossos leitores.
Ecos da Serra – Como nasceu a ideia da criação do Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo de Alte?( Pedimos desculpa de ter perdido a primeira gravação desta entrevista com quase todos os membros responsáveis. Na impossibilidade de os tornar a reunir, a segunda entrevista foi só o Daniel Vieira, por isso é só o nome dele que figura nas respostas).
Daniel V.- A ideia nasceu da necessidade de se fazer qualquer coisa séria a respeito da cultura popular, em que as pessoas se sentissem responsabilizadas e amparadas e não como até aqui, em que faziam qualquer coisa, sim, mas sem continuidade nem união.
Falei com o Dr. Sérgio e a esposa que como eu, sentiam a necessidade de se fazer alguma coisa, culturalmente falando, para se ocuparem os tempos livres, pois a única que havia era o Grupo Folclórico.
Falámos muito e fizemos um cartaz convidando a população a ir à Casa do Povo para falarmos e discutirmos acerca daquilo que as pessoas queriam. Depois fizemos outra reunião onde manifestámos a nossa decisão de formar um Grupo sem politica nem religião para não dar lugar a melindres ou aborrecimentos vários. Nessa segunda reunião já as pessoas puderam escolher as actividades a que se desejavam dedicar sendo os seguintes responsáveis:

Daniel Vieira – artes plásticas Dr. Sérgio – música tradicional portuguesa
Dra. Rosário – teatro para adultos Francisco José Gonçalves – teatro infantil Augusto Gil – ginástica Raul Pincho – poesia Vítor Castanheira – fantoches Padre Jorge – cinema
Cada pessoa inscreveu-se onde mais lhe agradou e os trabalhos começaram a funcionar.

E. S. – Com que auxílios têm contado até agora e quais os que esperam vir a receber?
D.V.- Pedimos subsídios à Câmara Municipal de Loulé, ao Faoj, `Inatel, ao Turismo e o Presidente da Junta de Freguesia da Alte prometeu-nos uma verba de 30 a 40 contos. A Câmara prometeu um subsidio de 20 contos à entrada e 10 por mês, mas ainda nada se recebeu.
(…)
E. S. – Depois de algum tempo de preparação para a vossa exibição em público, quais as vossas impressões a respeito dos resultados até agora obtidos?
D. V. – Acho que os resultados foram óptimos porque se trabalhou bem e o espectáculo agradou. Fizemos o que podemos.
E. S. – Quais os vossos projectos futuros?
Serão, fazer mais espectáculos. Ir a outros sítio, fazer intercâmbio com outros centros culturais e outras Casas do Povo(…)
Despedimo-nos, desejando ao Grupo Cultural e Recreativo da Casa do Povo de Alte um futuro risonho e próspero.

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