sábado, 15 de março de 2008

Ser Português

Os portugueses, colectivamente, sofrem de péssima doença: desconfiarem de si próprios. E têm o estranho hábito de dizer mal - não no estrangeiro, mas em Portugal - de si próprios e da sua terra. É um mal que vem de longe, cuja razão não consigo explicar. Os portugueses, em toda a parte, são respeitados, como pessoas sérias, afáveis e trabalhadores. Gozam de justo prestígio e fazem excelente figura entre as outras comunidades nacionais. Muitos dos seus filhos adquirem instrução superior e alguns mais enriquecem.

E, apesar disso, na sua terra, estão sempre a menosprezar o seu país.
Parece sofrerem de um complexo de inferioridade em relação ao estrangeiro!Sem qualquer razão de ser. A nossa história, que se desdobra por tantas regiões do mundo e deixou marcas em todos os continentes, é incomparável.

A nossa cultura - em todos os sectores - não fica atrás de qualquer das dos grandes países europeus. Os monumentos portugueses, alguns património mundial, são centro de interesse - e de curiosidade - dos estrangeiros que nos visitam. Como a nossa gastronomia, afabilidade, os nossos pintores, escritores, músicos, cientistas e desportistas que, nos últimos anos, se têm destacado, em profusão, por esse mundo fora. A Revolução dos Cravos foi unanimemente considerada uma "revolução de sucesso", pacífica, pioneira e, finalmente, eficaz.

Mas é o povo, com a sua cultura e sabedoria inata, que vem de longe na História, mesmo quando não é cultivado, que mais aprecio e em que mais confio.

No entanto, reconheço que há portugueses azedos - entre as elites - que gosta- riam de ter nascido no estrangeiro e que não perdem uma oportunidade para desancar o seu país.

Por mim, sempre me senti português dos sete costados - orgulhoso de o ser

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